Anda a circular há uns dias um "aviso de privacidade" que tem por objetivo salvaguardar os dados dos utilizadores na rede social Facebook. O embuste já é antigo, mas voltou a ganhar força, desta feita traduzido para português.
O Facebook, como principal rede social da atualidade, é um veículo de informação poderoso. Nele, são partilhados milhares de links a cada segundo e publicados milhares de posts a cada instante. A velocidade de partilha é tão grande que muitos descuram a leitura atenta do que partilham, gerando fenómenos virais mais ou menos aleatórios.
Não é preciso ir muito longe para ver casos assim: há umas semanas, uma crónica de Margarida Rebelo Pinto voltou à baila depois de alguém ter reavivado um link antigo, onde a escritora demonstrava o seu desprazer pelas "gordinhas". Também recentemente Portugal "ganhou" uma medalha nos Paralímpicos bem antes de o chegar a fazer, a crer pela timeline de muitos portugueses, que partilharam em massa um link de um prémio europeu, sem atentar à data de publicação do artigo.
O fenómeno, não sendo novo, apanha sempre muita gente desprevenida. O caso mais recente prende-se com um "aviso de privacidade" que tem sido partilhado no Brasil e, posteriormente, em Portugal, onde se lê, em português, que o Facebook é uma "entidade de capital aberto" (com ações na bolsa) e que a única forma de proteger os seus dados da utilização pública dos mesmos pela rede, sem autorização, é colando um texto "legal" algures no mural, a rejeitar tal possibilidade. O texto termina com um "código", que corresponde a um conjunto de leis vigentes nos EUA e que em nada têm que ver com o caso.
Tal como foi dito anteriormente, este texto não é novo, tendo dado que falar há uns meses no mundo anglo-saxónico, quando foi partilhado até à exaustão. Na altura, o site Snopes.com analisou o seu conteúdo e colocou a confusão em pratos limpos.
Ora, o texto em nada muda a política de utilização da rede social, que todos aceitamos no momento em que nos inscrevemos e que pode ser facilmente consultada online. O Facebook, legalmente, apenas torna público o conjunto de informações que o utilizador assim entender, pelo que transcrever o texto para o mural em nada vai mudar as definições existentes na conta. Para proteger conteúdo e informação que não quer ver pública, o utilizador deve começar por analisar, passo a passo, todas as permissões que dá à rede social. As "Definições de Conta", opção que aparece ao clicar na "seta" do canto superior direito, na página do Facebook, é um bom lugar para começar.
Fonte: Blogues JN
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